Ações Educativas

Ações Educativas

A música é um componente vital da existência humana; é uma forma de linguagem constituída, em cada tempo e espaço, como resultado da relação da Humanidade com os sentidos e os sentimentos.
É também um componente intelectual, mas é maior que ele. A educação é um processo de aprendizagem dos recursos necessários à sobrevivência. Música e educação se integram, pois uma não vive sem a outra.
O exercício reflexivo da existência precisa de linguagens como a música. O equilíbrio sereno entre corpo, mente e emoção se dá também pelo aprendizado das artes, para uma existência autônoma e feliz.

Ação Educativa “A Noite de São João – uma ópera em Itu”

O Museu da Música – Itu realizou, entre os meses de setembro e outubro de 2010 um projeto piloto de ação educativa com estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio Almeida Júnior. O objetivo era o reconhecimento do patrimônio musical da cidade. O trabalho, elaborado pela própria equipe do Museu da Música – Itu, formado pelos Profs. Maria de Lourdes Sioli, Anna Carolina Mattos Pacheco e Luís Roberto de Francisco, contou com a colaboração da Profa. Cláudia Capelli, contadora de histórias. Embasada no Construtivismo Sócio-Interacionista, a equipe trabalhou para que os alunos construíssem sua visão a respeito do significado do patrimônio e da música através do estudo de meio e da vivência de situações relacionadas à própria cultura.
Após diversos encontros em sala de aula, para estudarem conceitos de patrimônio, encontrar raízes culturais significativas para cada um e para a cidade como um todo, os alunos passaram a estudar a produção musical de Elias Álvares Lobo (1834- 1901), compositor de Itu que esteve na Corte de D. Pedro II.
O momento mais significativo do projeto foi a visita à mostra A Noite de São João, 150 da primeira ópera brasileira, 1859 – ITU – 2009, na sede do Museu da Música - Itu.
Entre histórias fascinantes da vida do compositor, que foi professor de Chiquinha Gonzaga e a fábula da ópera, escrita por José de Alencar, a contadora de histórias envolveu os alunos em um clima mágico de interesse e apropriação do repertório do século XIX.
Após a visita, todos foram convidados a participar de um baile, na presença do Imperador e do compositor. Passaram por um “túnel do tempo” onde se vestiram com saias longas, luvas, cartolas e gravatas, e foram entrando, casal por casal, na sala do baile especialmente preparada.
Poesias do século XIX e XX foram previamente escolhidas pelos alunos e lidas durante o evento, entremeando com trechos da ópera de Elias Lobo, cuja história eles já conheciam bem.
No final, ao som do rondó final da ópera, participaram de um baile, no qual, entre a timidez de dançar em pares e a agitação pelos adereços, desfrutaram da obra de Elias Lobo, registrada em gravação pelo Museu da Música - Itu
A avaliação dos alunos foi extremamente positiva, o que permite imaginar que serão eles - os jovens que participam deste projeto - os guardiães do futuro de nosso patrimônio.
Outras escolas que quiserem participar poderão entrar em contato com a equipe do Museu da Música – Itu. O projeto será levado adiante até o mês de abril de 2011.

Ação educativa Seresteiros de Itu

A palavra seresta está relacionada à noite (sereno). É um tipo de evento cultural que se fazia e ainda faz para homenagear pessoas, cantar e tocar para elas. É um costume da Europa do tempo da Idade Média (a partir do séc. XII). O instrumento principal era a guitarra, nome que o restante do mundo dá ao violão. Geralmente a seresta era oportunidade de homenagear a mulher amada, por parte dos apaixonados, uma forma de paquera, feita sob a janela da moça. Também poderia ser uma maneira de homenagear pessoas, amigos, famílias. O que mudara era a música, o repertório. Utilizavam-se muito as valsas, os tangos, os schotischs.
Desde o século o século XVIII houve a música de seresta no Brasil, a partir das cidades maiores, como o Rio de Janeiro e Salvador. Em São Paulo também se viu a seresta.
Na nossa Itu os primeiros registros da seresta estão relacionados ao compositor Tristão Júnior (1880 – 1935), o Nhonhô Tristão. Ele escreveu dezenas de músicas para o gênero de seresta e era comum vê-lo, com seu grupo, pelas noites mal iluminadas de Itu, tocando e cantando suas músicas.
Com ele também estavam outros músicos do tempo, como seu irmão Luís Gonzaga, Agnelo Macedo, José Tescari, somente homens. Para as mulheres, naquele tempo, não era recomendado estar na rua à noite.
Tristão Jr. fez muito sucesso. Suas músicas foram, inclusive, impressas e vendidas nas cidades maiores.
Depois da sua morte houve os seresteiros, continuaram a tocar, por exemplo, formando o Conjunto Tristão Jr. Depois se formou também o Conjunto Seresteiros do Passado, que se apresentava nas ruas e no estúdio da Rádio Convenção de Itu.
A casa, onde está instalado o Museu da Música – Itu, pertenceu ao seresteiro Luís de Francisco (1892 – 1968), um dos organizadores do Conjunto Seresteiros de Itu. Diversas vezes esse grupo ensaiou nas salas daquela casa. Algumas músicas do grupo foram encontradas no acervo da sua família;
Hoje existem alguns grupos de seresta, o mais antigo o Quarteto Tristão Jr. Criado em 1990 quando foi instituída a Semana Tristão Jr., para que a música do nosso compositor não desaparecesse. É realizada anualmente de 12 a 18 de janeiro.
Para que pudéssemos bem conhecer essa história, o Museu da Música – Itu abriu em setembro de 2011 a mostra Seresteiros de Itu, com relatos, instrumentos, fotos e gravação da música de seresta cidade. O museu guarda a maior coleção de partituras de Tristão Jr, e está fazendo o possível para divulgá-la É uma oportunidade para estudarmos melhor esse patrimônio imaterial da nossa gente. Não vamos perdê-la.
A Ação Educativa Seresteiros de Itu proporcionou a cerca de dois mil alunos da rede pública municipal de Itu a oportunidade de vivenciar a experiência da seresta, ouvir, escutar e entender seu contexto histórico e artístico através do trabalho dos educadores Cláudia Capelli e Joab Barboza. Ouvir histórias, dançar, cantar e mergulhar na história da música “de paquera” de Itu serviu para manter viva a memória e a tradição das serestas ituanas.
A ação educativa foi levada adiante entre 2012 e 2013

Ação educativa A moda da viola


O mais antigo referencial da música profana paulista é relacionado à viola de arame. Em torno desse instrumento jesuítas, viajantes, náufragos e aventureiros cantaram, aos indígenas, em língua portuguesa, a música de tradição ibérica. Ao longo dos séculos, o repertório popular manteve viva a tradição da viola, seja nos eventos sociais, como as folias, as cantorias, ou no dia-a-dia, em casa. Romances, modas serviram como linguagem para a narrativa da vida, do cotidiano, dos amores e paixões, dos causos, da devoção, da esperança e das injustiças.
A mostra foi organizada para valorizar a cultura material e imaterial em torno da viola, da música chamada caipira, a história do instrumento, o linguajar caipira, as festividades – o cururu, a catira.
O alunos são recebidos pelos educadores e contextualizados pelos educadores. A pergunta inicial é: quem é caipira? Depois de alguns esclarecimentos, provocações, as meninas vestem saias de chita e lenços e os meninos chapéus de palha e ouvem “histórias da roça” e uma moda escrita no bairro do apotribu.
Depois entram em uma disputa esquentada pelos educadores, que irá desembocar no cururu (desafio) que experimentam, bem como a catira, que dançam, a leitura do linguajar caipira. Conhecem a ópera de temática caipira, produzida em Itu, por Elias Álvares Lobo, A noite de São João, que é aberta com duas violas de arame. No final todos são vencedores e ganham um doce prêmio, um pé de moleque.
A ação educativa foi levada adiante entre 2014 e 2015.
Ao todo o Museu da Música já atendeu mais de 3.000 alunos das escolas públicas e particulares de Itu.

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